sábado, 3 de novembro de 2007

Amanda Jansson

O texto é muito bom, a linguagem é fácil de entender, e as dicas são extremamente práticas. A autora fala o tempo todo sobre as "normas" que devem regrar uma boa entrevista, mas diz que "o marco na história do jornalismo político no país" (a entrevista de Carlos Lacerda com José Américo de Almeida), foi exatamente o contrário de tudo o que vinha sendo apresentado no texto. Mais uma prova de que bom jornalismo, quando segue o bom-senso, a ética e a originalidade, não tem, necessariamente, que seguir regras.
Mesmo que estejamos vivendo "outro momento histórico, social e político", como explica a autora, alguns trabalhos, por suas característica "pioneiras", fazem mais diferenças quando se formulam naturalmente, sem seguir norma nenhuma.
Claro que apresentar regras que guiem uma entrevista dá um caminho para os estudantes de jornalismo, mas acho que pensar por si mesmo, praticando e tomando decisões é o que realmente traz aprendizado. O formato das entrevistas muda - é normal que tudo mude na maneira de se comunicar quando se entra na era da televisão de massa e, logo, da "Internet
de massa" - mas um jornalista que esteja informado sobre o assunto sobre o qual pergunta (e que sabe perguntar o certo na hora certa), vai apenas precisar adaptar sua entrevista aos diversos meios de comunicação e às suas evoluções.

Acho legal colocar aqui o link da entrevista que o Edir Macedo deu, por email, para a Folha de São Paulo. Não é política, mas é bem interessante, também pelo conteúdo do que é discutido. Nessa entrevista, o bispo não fez restrições a nenhum assunto, mas teve assessoria de executivos da Record e de membros da Igreja. E ela traz o principal problema da entrevista por email: as perguntas que ficam sem resposta, já que o jornalista não pode replicar. Em uma pergunta, por exemplo, Edir Macedo responde com outra, enfim. Além disso, a entrevista por email também dá tempo para que o entrevistado crie um "discurso" que pode soar falso e montado, como o bispo faz algumas vezes.
Há também aquela "agonia" de, depois de receber a entrevista respondida, ver que uma resposta que o entrevistado deu poderia ser assunto para outra pergunta, talvez ainda mais interessante.

http://www.polibiobraga.com.br/?PAG=noticias_anteriores_detalhe.asp?ID=39635

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