quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Guilherme Justino

Acho que uma das grandes dificuldades em jornalismo político é quando se entrevista deputados e senadores em seu local de trabalho. Eles sempre têm algo a dizer. Não que isso seja bom, pois normalmente os jornais mostram políticos de partidos diferentes trocando “farpas” com claros interesses eleitoreiros, o que, se traz informação, é apenas sobre as opiniões de governo e oposição, nada de construtivo.
Outro aspecto importante nesse tipo de entrevista para mim é não cair na “lábia” do político. Eles sempre irão querer exaltar seus feitos, mas o jornalista deve sempre primar pelo interesse público: se uma resposta for dada de forma muito promocional, o melhor a fazer é descartá-la. Por mais que um assunto diga respeito a determinado político, o cargo dele, seja qual for, é mais importante que ele próprio. E é trabalho do jornalista contornar esse grande ego da classe política para fazer uma boa entrevista.

Diego Difini

Apesar de conter dicas interessantes para a realização de entrevistas, além de discutir de modo bem objetivo, ponto a ponto, o que seriam "regras" para uma boa entrevista, o que mais me chamou a atenção no texto "Decifra-me ou te devoro: a entrevista política", de Helena Chagas, foram as diversas histórias de grandes entrevistas feitas por jornalistas famosos.
Dentre elas, gostei bastante do relato de Samuel Wainer sobre a sua recepção da Fazenda dos Santos Reis. O que mais me chamou a atenção foi, ao menos pelo que conta o texto, a rapidez e a inteligência do jornalista ao responder a afirmação de Getúlio "Espero que não tenha vindo me entrevistar", pois, em uma situação em que foi flagrado em sua intenção e, ainda por cima, recebeu uma negativa prévia do entrevistado, o repórter conseguiu inverter o jogo com uma resposta bem-humorada. Naquele momento, me parece, Wainer conquistou a simpatia do entrevistado, o que possibilitou a famosa entrevista, publicada sob o título "Getúlio é candidato", em O Jornal.
"A sua primeira mensagem aos visitantes foi um bom copo de água gelada e o aviso de que não tardaria. Desejava apenas saber quem o procurava. Mandei-lhe um cartão e segundos depois o ex-ditador surgia à porta, bombachas e blusão gaúcho, forte e tostado do sol, muito mais saudável e ágil do que a última e, aliás, primeira vez que o vi no Senado, no Rio, em 1942. 'Então, como vai o petróleo? Espero que não tenha vindo para me entrevistar', disse. 'Não senador, vim conceder-lhe uma entrevista. O que deseja saber?'"

Samantha Klein

O texto de Helena Chagas traz premissas fundamentais para qualquer entrevista. A entrevista política é a especialidade da autora e sua experiência mostra que neste trabalho jornalístico é preciso verificar (intuir, investigar) se as revelações concedidas são ou não importantes como informação. "Entrevistar é decifrar", segundo a autora. Decodificar o que é relevante ao público e não à fonte. A repórter dá dicas de como realizar uma entrevista boa e interessante, mas admite que não há regras rígidas, apesar de o jornalismo moderno primar pela objetividade e isenção.

A norma citada por ela, que considero mais importante é o preparo para a entrevista. Conhecer o assunto evita perguntas fora do contexto e interpretações equivocadas, além de contribuir para a confiança por parte do entrevistado. A partir disso não é difícil atender às outras regras para tornar a entrevista de interesse do público. Supor o que é relevante como informação pode ser de certa forma subjetivo, mas quem concede entrevista sempre tem razão para isso. Portanto, muita atenção para interesses obscuros e nunca esquecer que o jornalismo tem um objetivo capital: levar notícias para a sociedade e é em função dela que se trabalha; e não para promover políticos.

Mariana Benevit

Encontrei um trecho de uma entrevista que o Leonel Brizola concedeu ao Pasquim (http://www.pdt.org.br/personalidades/bzentpaquim.asp). Como era de se esperar, apesar de também abordar temas políticos, entrevista é levada de uma forma muito menos formal do que nos outros jornais. O que chama a atenção no início da entrevista é o tom mais sóbrio, tratando até mesmo com um certo distanciamento o governador:

Luís Pimentel - "Governador Leonel Brizola, estamos muito satisfeitos com a presença do senhor aqui. Queremos lhe agradecer e dizer que neste jornal temos o maior respeito e admiração pelo senhor. É uma honra recebê-lo."

Mariana Sirena

A entrevista jornalística envolve interesses de ambas as pontas de um diálogo. De um lado, temos o jornalista interessado em recolher informações relevantes e interessantes para os leitores, telespectadores ou ouvintes, e de outro temos o entrevistado, interessado em vender/compartilhar o que sabe, ou ocultar algum aspecto de sua vida. Esses interesses podem ou não convergir. Em se tratando de política, deve haver um especial cuidado na hora de conduzir a conversa, para uma possível localização do que está oculto e precisa ser decifrado. Como Helena Chagas afirma no texto "Decifra-me ou te devoro", a entrevista é a matéria prima para o fato político, e tratando-se de um diálogo, o jornalista precisa ter consciência de sua posição e bom senso para lidar com a fonte e todo o jogo de interesses envolvidos aí. O interesse do jornalista é o interesse do público, pois é o público com suas curiosidades e necessidades que ele representa no momento da entrevista.

Jaqueline Crestani


Penso que todas as informações trazidas por Helena Chagas no texto “Decifra-me ou te devoro: a entrevista política” são válidas, assim como os exemplos citados. Concordo com a autora quando esta diz que é fundamental que, em primeiro lugar, o entrevistador deve estar consciente de que ele e o entrevistado estão em lado diferentes e não possuem os mesmos objetivos. Entretanto, os dois possuem uma relação de certa dependência e, principalmente, de confiança. Mesmo permitindo que o entrevistado “dê o seu recado” – o que deve acontecer principalmente na entrevista política - o jornalista precisa também entender que só se publica uma informação se ela for importante, verdadeira e de interesse público. Por fim, achei interessante o fato de a autora estabelecer um valor histórico para a entrevista política, com o qual concordo, porém nunca havia pensado a respeito."

Luciane Costa

"Acho interessante citar essa entrevista que a Kate Carew fez com o físico italiano Guglielmo Marconi para o The New York Tribune em 1912 por dois motivos que podem ser relacionados ao texto de Helena Chagas. O primeiro ponto é a necessidade da sedução em uma entrevista: Kate Carew possuía apenas cinco minutos para entrevistar Marconi, porém prendeu a atenção do entrevistado e levou a entrevista de uma forma que ela durou muito mais do que o planejado.

As perguntas em si não possuem nada de brilhante (por isso até nem as reproduzi aqui). São relacionadas à rotina do cientista, suas inspirações e os resultados de seu trabalho. O que chama atenção, porém, é como Kate Carew criou o contexto para entrevista. Um assunto a princípio tão pouco interessante rendeu um ótimo texto, capaz de conquistar o leitor até o final. Ela narra como foi o momento antes do encontro, como pensou as perguntas e de que modo viu seu entrevistado de uma maneira muito natural, sem medo de expor sua indecisão e receio sobre como conseguir as informações necessárias em tão pouco tempo. Além disso, ela constrói o texto usando termos relacionados à física para caracterizar o entrevistado e até mesmo a conversa, como: "Ele começou imediatamente a fazer linhas em ziguezagues, ondas no estilo Marcel – não, quero dizer hertziano.."

Entrevista de Guglielmo Marconi, inventor do telégrafo, a Kate Carew, para o The New York Tribune (14/04/1912)

Se para ser um gênio for preciso apenas ter uma paciência ilimitada, então, asseguro-lhes, meus caros, que o senhor Guglielmo Marconi não é o único a poder escrever OC (as iniciais que designavam o Grande Oficial condecorado pela Coroa Italiana) depois de seu nome ser mencionado em conversas corriqueiras como amigos de reis.

Por três dias – três, ah, muito longos dias – fiquei no jardim de espera da Holland House, comendo e dormindo, a intervalos fixos.

Ao final do terceiro dia, o secretário do senhor Marconi apareceu e me disse:

"Acho que posso conseguir logo a entrevista, mas você precisa me prometer que ela não vai durar mais do que quinze minutos."

Prometi, sem hesitar.

Pouco tempo depois ele retornou.

"Tenho que lhe pedir que não demore mais de dez minutos."

Prometi, hesitando um pouco.

Mais tarde: "Sinto muito, senhorita Carew, mas só posso conceder-lhe cinco minutos com o senhor Marconi. Ele está extremamente ocupado. Prometa-me que não ficará por mais tempo.".

"Oh, olhar para ele", eu sofria, "só uma olhada."

No caminho, o secretário me falou de seu divertimento com o blefe dos americanos que dizem viver sobrecarregados de trabalho. "Pois sim, eles fazem alarde e parecem encontrar tempo para tudo."

Enquanto isso imaginava: "O que posso dizer em cinco minutos?". Então lembrei-me de ter ouvido o trinado de uma jovem que fora apresentada ao senhor Caruso recentemente:

"Oh, senhor Caruso, o senhor canta maravilhosamente."

Pensei em dizer algo parecido como introdução.

"Oh, senhor Marconi, seu telégrafo sem fio é tão interessante."

Ele se curvaria em agradecimento como fez o senhor Caruso e eu poderia acrescentar:

"Ele faz uma grande diferença em nossas vidas domésticas."

Nessa hora o secretário estaria gesticulando pontos e hífens no ar freneticamente, e eu saberia que era a hora de terminar.

Na verdade, eu disse o seguinte, em resposta à minha mágoa:

"Foi um longo tempo, senhor Marconi, mas creio que a minha profissão é como a sua, ela requer muita paciência."

"Sim, certamente. Uma das primeiras coisas que um cientista precisa ter é paciência."

Conectamos nossos fios aos postes de pergunta e resposta e começamos a trocar mensagens.

...

Ainda existe algo da colegial em mim, porque simplesmente ignorei que um homem tão famoso e envolto em ações tão raras, que está mudando as forças elementares para o uso do homem e dando nome e residência a coisas não substanciais, teria uma aparência real – olhos escuros e luminosos, soltando contínuas faíscas, cabelos prematuramente brancos, embranquecidos pelas vigílias noturnas, o corpo, um mero motor humano, carregado de força psíquica, ascético, rarefeito.

...

O secretário passava de uma porta para outra. Ele me lançou um olhar, no qual li que ele me considerava o protótipo correspondente a Bramley. Não me importei. Não queria desconectar enquanto o senhor Marconi continuasse falando. Fingi ignorar a expressão magoada de fé destruída. Ah, esses secretários que sabem que sou uma enganadora. Se eles se reunissem para me julgar, meu estoque de palavra-de-honra não valeria o papel onde foi escrito.

...

Quando a infeliz palavra tempo foi mencionada, o secretário, como um gênio da lâmpada, apareceu de repente. Era fácil perceber que estava fora de seu amistoso limite de alcance. Ele enviou perigosos sinais pelo éter, e o senhor Marconi captou um impulso oscilante referente aos cinco minutos que eu havia prometido não exceder.

Minha mente, perfeitamente sintonizada, captou a freqüência do adeus. Levantei instintivamente e, enquanto apertávamos as mãos, a impressão que tive no início foi seguramente enfatizada, de que todas as coisas boas que os admiradores dizem sobre o senhor Marconi são verdadeiras.

Opiniões e histórias

Pessoal, vou reproduzir a partir deste post os comentários enviados sobre o texto da Helena Chagas, com considerações sobre o material ou contribuições a respeito de situações vividas pelos colegas ou por outros. Podemos trocar idéias sobre na próxima aula.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Para próxima aula (07/11)

n

- Ler o texto; “Decifra-me ou devoro-te, a entrevista política”, de Helena Chagas, no xerox

- Mandar até a próxima quarta (31/10), por mail, uma opinião curta sobre o texto ou um episódio lembrado, para ser publicada no blog.

- Fazer uma entrevista pingue-pongue com uma das fontes levantadas para o trabalho final. Usar o padrão do nosso manual.

Sobre entrevistas

Sugestões minhas de bibliografia sobre entrevistas jornalísticas (todos têm na biblio da Fabico):

ALTMAN, Fabio (org). A arte da entrevista. São Paulo: Boitempo, 2004. - Uma antologia de entrevistas clássicas, desde as primeiras registradas na imprensa mundial, até antológicas como a de Madame Satã para o Pasquim e a de Pedro Collor para a Veja. A do Rudyard Kipling, cuja entrevista é sobre o fato dele se recusar a dar entrevista, é bem interessante.

CRIPPA, Marcos (org). Entrevista e ética. Uma introdução. São Paulo: Educ, 1998 - Livrinho curtinho e bom de ler. Resultado de uma disciplina de entrevista na PUC- SP. Ao final, os estudantes entrevistaram jornalistas sobre entrevistas. Tem o Juca Kfouri, o Luís Nassif, o Boris Casoy e outros. Eu recomento especialmente a entrevista do Dines. Não é uma entrevista. É uma aula em forma de entrevista.

MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista – O diálogo possível. São Paulo: Ática, 1990 - É um clássico do assunto, escrito há quase duas décadas, mas que continua sendo interessante. A autora faz uma ponte com a literatura teórica existente na época sobre Comunicação.

MALCOLM, Janet. O jornalista e o assassino. São Paulo: Companhia das Letras, 1990 - O livro faz uma análise amarga da relação entre jornalistas e seus entrevistados, a partir do caso de um médico condenado pelo assassinato da esposa e das duas filhas que moveu um processo contra um jornalista que escrevera um livro sobre ele, baseado em entrevistas feitas durante o julgamento e na prisão. A partir disto, ela analisa as implicações éticas da relação entre entrevistados e jornalistas.

TALESE, Gay. Como não entrevistar Frank Sinatra. In: ___________. Fama e anonimato. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p. 508-521. Este é o relato que o Talese faz de como fez o clássico perfil do Frank Sinatra ("Frank Sinatra está resfriado"), publicado originariamente na revista Esquire. Ele conta como entrevista e o que procura na relação com os entrevistados. É ótimo!


quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Mais sobre o trabalho final

@ Data da entrega: 28/11
@ Tamanho: entre 10 mil e 12 mil caracteres com espaço, divididos em duas ou mais retrancas. Anotar o número de caracteres ao final do texto.
@ Além do texto, o trabalho deve ter título, linha de apoio, intertítulos.
@ No mínimo quatro fontes entrevistadas.
@ Respeitar as normas do nosso manual de redação (ver posts de setembro).
@ Não serão aceitos trabalhos em grupo.


@ O trabalho será avaliado a partir dos seguintes critérios: clareza, organização e fluência do texto; respeito à gramática e ao nosso manual de redação; apresentação de informações significativas e escolha adequada de fontes; criatividade; observância das diretrizes acima (tamanho, títulos, número mínimo de fontes).

Para próxima aula, cada um deve trazer dois parágrafos (15 a 20 linhas) com um primeiro levantamento de informações sobre a pauta que escolheu. Além disso, listar 10 possíveis fontes para o trabalho. É para entregar.

Pautas trabalho final

Abaixo, por ordem alfabética, a lista de pautas escolhidas por vocês em aula. É uma lista gigantesca (17 pautas!) e minha opção é não tirar nenhuma, para que vocês tenham alternativas. A coisa funciona assim: cada um escolhe uma e segue em frente. Só que tem de ser desta lista.

O detalhamento das pautas obedece os textos entregues por vocês, com mínimas modificações minhas. Os muito longos eu resumi, mas colocarei a íntegra no xerox. A respeito das pautas cujas explicações não me tenham sido entregues ou enviadas por mail, coloquei apenas o nome e, se havia alguns dados disponíveis. Peço que os grupos responsáveis enviem o detalhamento da pauta para incluirmos aqui, para o meu e-mail.

E a propósito, ótimas pautas, parabéns!

Anorexia nervosa - Descrever os principais sintomas, grupos de risco e faixa etária em que mais freqüentemente a doença ocorre. Salientar que ela pode levar à morte. Dados médicos oficiais em www. ans.gov.br. Muitos especialistas acreditam que a influência da mídia é a principal (mas não a única) causa de transtornos alimentares. Isto porque a mídia comumente (mas não sempre) impõe o estereótipo da magreza como fator importante para o sucesso social, afetivo e econômico. Conversar com, no mínimo, duas adolescentes e coletar dados sobre hábitos alimentares, o que já fizeram para emagrecer, quem são seus modelos de beleza e averiguar de que maneira a mídia influencia seu comportamento. Investigar blogs de anoréxicas. A doença já matou várias modelos, inclusive brasileiras. Entrevistar mães de modelos e obter orientações às mães de meninas que estão iniciando na carreira, para ficarem atentas à alimentação das filhas e entender as causas psicológicas da doença.

Apagão Rodoviário - Atualmente estão muito em evidência os acidentes terrestres e o caos aéreo. Mas, no Brasil, as rodovias sofrem uma situação caótica há muito tempo, o que compromete cargas transportadas e causa acidentes. Dados: Apenas de janeiro a agosto deste ano, ocorreram 82 mil acidentes nas estradas federais, com mais de 4,6 mil mortes. Segundo o IPEA, os acidentes nas rodovias custam R$ 22 bilhões ao Brasil. Enfoque: Como as estradas, em um país no qual cumprem um papel tão importante, ficaram do jeito que estão; por que é tão difícil melhorá-las.

Circuitos de cinema e inclusão social - O gancho é um levantamento sobre consumo cultural no Brasil, que aponta que 60% dos brasileiros nunca foram ao cinema (informação da Luciane). Reportagem sobre Cinema BR em Movimento, RodaCine RGE, Projeto Flô. Entrevista com os responsáveis. De que forma esses projetos promovem a inclusão social? Quais os filmes apresentados? Como foram escolhidos? De onde veio a iniciativa de criar o projeto? Quais os principais objetivos? Qual o retorno esperado?

Cotas na UFRGS - A UFRGS utilizará o sistema de cotas sociais pela primeira vez em 2008, para os seus 69 cursos de graduação. A instituição recebeu, até 4/10, 35.040 inscritos para o concurso, 2,8 mil candidatos a menos do que em 2007. Do total de inscritos, 32,9% optaram pelas cotas. Vieram das escolas públicas 10.178 alunos e 1.357 se declararam negros e tb de escolas públicas. Os outros 23.505 inscritos participarão do processo pela entrada universal. A UFRGS oferece 4.312 vagas, 30% delas para as cotas. A pauta é mostrar como a universidade está se preparando para essa novidade. Entrevistar dois ou três candidatos inscritos por cotas e com dois candidatos não cotistas. Procurar alunos e professores da UFRGS. Questionar sobre a expectativa dos candidatos e sobre o posicionamento dos atuais alunos e dos professores. Poderá haver discriminação na recepção aos egressos? Ver no Decordi se houve candidatos que optaram por não concorrer por cotas.

Criação de suíno light -Consumir carne suína magra é possível. A Embrapa Concórdia/SC desenvolveu um melhoramento genético, o suíno MS 60, que tem como características carne mais magra e com maior percentual de aproveitamento, acima de 60%. Outra característica que contribui para isso é a ausência do gene halotano, responsável pela perda de qualidade da carcaça animal.
O melhoramento genético, associado à criação no sistema ao ar livre, no chamado Siscal, contribui para que a carne seja leve, já que o animal está exposto ao sol e caminha na propriedade. O Assentamento 30 de Maio, em Charqueadas, adotou esse sistema para a criação de suínos e já tem ótimos resultados. A carne suína produzida no Assentamento já é conhecida e bem aceita pela população. A comercialização é realizada no supermercado da cooperativa, em que 25 famílias são associadas. "A carne é de qualidade, light. E o atendimento é muito bom", afirma José Venizelo, fiel consumidor dos produtos da Copac.

Educação à Distância (EAD) - No dia 19, começaram as aulas do curso de graduação tecnológica de planejamento e gestão para o desenvolvimento rural na UFRGS, o Plageder. O projeto engloba 12 pólos no RS (cidades para onde as aulas serão transmitidas via Internet) A Secretaria de Educação à Distância (Sead) da UFRGS promove o desenvolviemnto e a implementação de atividades de EAD. A matéria pretende descobrir o que é EAD, como se processa, quais as universidades no estado que têm, projetos interessantes. Entrevistar o prof. Lovois (coordenador do Plageder), o coordenador do Sead/UFRGS, dois estudantes que participam de algum projeto, professor que já deu aula em curso de EAD.

Entender a Bienal ? - A Bienal do Mercosul acontece em Porto Alegre há 12 anos e é tida como um grande evento artístico, que busca democratizar a expressão artística e popularizar a arte; a entrada é gratuita e os locais de exposição (Armazéns do Cais do Porto, Margs e Santander Cultural) são conhecidos e de fácil acesso. Neste ano, ela está em sua 6ª edição e disponibiliza, até 18 de novembro, uma série de obras. No entanto, é fácil encontrar, na saída dos locais de exposição, pessoas reclamando das obras, dizendo que não dá para entender o que tal artista quis passar ou afirmando "isso até eu posso fazer". A pauta é mostrar estas pessoas, que não se inserem no processo de democratização da arte. Falar com visitantes da Bienal, com os mediadores (ver como eles reagem a comentários do público e o que eles ouvem), com artistas sobre o significado de suas obras. Ver site da Bienal: www.bienalmercosul.art.br.

Experiências estudantis no Exterior
- Experiências de estudo e de trabalho. Quais os motivos principais que levam jovens a viver a cultura no Exterior? Pode-se aproveitar o gancho da estudante Lucinéia de Lima, de Blumenau, encontrada morta em seu apartamento em Londres. Apontar benefícios e prejuízos (problemas) desta experiência. Sugestão de fontes: Paulo Vizentini (prof. de Relações Internacionais da UFRGS), estudantes que foram ao Exterior, suas mães e pais, agências de viagens. O pessoal do consulado italiano talvez tenha dados sobre isso, porque é grande o número de jovens descendentes de italianos que vão para a Europa, com passaporte.

Extensão do Trensurb - Impactos da proposta de extensão do Trensub até Novo Hamburgo e da criação da linha 2, que terá uma parte subterrânea e sairá do mercado público até depois do campus do vale da UFRGS. Falar no impacto ambiental e econômico ( a passagem de Trensurb custa 1,50). Impacto disso no trânsito do centro da cidade.Vantagens e possíveis desvantagens. falar com donos/diretores de empresas de ônibus pra saber o que eles acham. Falar com pessoas da Secretaria Municipal dos Transportes (SMT), Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV) e Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM).

Feira do Livro dentro e fora - O que significa a Feira do Livro em termos de comércio, turismo (visitantes do interior), alimentação, moradores, excursões (colégios, visitas a Porto Alegre), moradores de rua. Falar com um representante de cada. As crianças que vão à feira e seu contato com a leitura/literatura. As atividades da feira. Falar com pais, professores, crianças, psicólogos.

Neonazismo no RS - (Grupo: mandar pauta)

O Oscar e o cinema brasileiro - O filme "O ano em que meus pais saíram de férias" foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2008 e voltou aos circuitos de exibição. O Oscar é considerado a grande festa do cinema mundial, mas é uma premiação americana. O que representa o este prêmio para o cinema brasileiro? Abordar a história do Brasil no Oscar, quais foram os filmes indicados, de que esta indicação influencia na visão do público sobre o filme. Falar com alguém que envolveu-se em alguma dessas produções indicadas para verificar se o Oscar muda ou não a repercussão de um filme. Falar com especialista na área de cinema e com pessoas que estão indo assistir "O ano em que meus pais saíram de férias" agora, depois da indicação ao Oscar.

Parque industrial da Restinga - O Parque Industrial da Restinga foi um projeto instaurado pela prefeitura há cerca de 12 anos, no qual foi investido muito dinheiro e que a sociedade acabou por esquecer, já que nenhum governo deu a importância devida para o projeto. Portanto, de fato ele nunca saiu completamente do papel. Mas, segunda-feira, 16, o prefeito Fogaça, em discussão na Câmara, citou o PIR como iniciativa de geração de emprego e renda. Qual é a situação atual do PIR? Como ele veio se desenvolvendo (ou subdesenvolvendo) ao longo do tempo? O que ele trouxe para os moradores da Restinga?

Pirataria 1 - A polêmica sobre a pirataria em relação ao filme Tropa de Elite ajudou ou prejudicou a bilheteria do longa? O filme teve milhares de cópias pirateadas antes mesmo de estrear. Os produtores e distribuidores adiantaram em uma semana a estréia para que o prejuízo não fosse maior. A polêmica, no entanto, fez certa propaganda para o filme, que acabou conhecido e falado por todo o país (atenção, não só por isto!) Agora em cartaz, já levou cerca de 700 mil espectadores aos cinemas e lidera bilheterias. Sugestão de fontes: crítico de cinema, público, diretor do filme.

Pirataria 2 - A banda de rock Radiohead via disponibilizar o disco In Rainbows no seu site oficial. Cada fã paga apenas o que quiser para ter as músicas do novo disco. A partir deste gancho, vamos ver novas estratégias de divulgação de trabalhos via Internet e novas estratégias no mundo do download de MP3 e de pirataria. Discutir a questão da propriedade intelectual. O que outras bandas acham da iniciativa? Iniciativas inovadoras de bandas gaúchas (Fresno - eleita banda revelação no VMB deste ano - iniciou sua divulgação de graça via Internet). Dar ênfase a depoimentos dessas bandas, discutir o tema pirataria (qual a opinião delas), o que mudou no mercado da música com a Internet. Pirataria e queda global das vendas de discos. Visão dos donos de gravadoras. Discutir os números do mercado mundial de discos, desafios e oportunidades. O que o público acha da iniciativa? Quem baixou na Internet vai comprar o CD na loja? Números do CD (quantas pessoas baixaram pela Internet, preço médio pago, maior preço pago).

Projeto Pescar - O projeto Pescar é uma rede que funciona como franquia social: as empresas franqueadas pela fundação abrem espaço para a formação pessoal e profissional de adolescentes de baixa renda. O projeto foi idealizado em 1976 pelo empresário gaúcho Geraldo Tollens Linck, fundador e então presidente da Linck, revenda de máquinas e equipamentos rodoviários. A abordagem proposta é salientar a importância de iniciativas construtivas para a comunidade. Entrevistar a diretora da Fundação, Rose Marie Vieira Motta Linck, um empresário participante da franquia, um jovem inscrito no programa.

Vandalismo - O gancho para a pauta é o desaparecimento de parte da estátua de Drummond na Praça da Alfândega. A escultura, de Xico Stockinger, foi inaugurada em outubro de 2001, encomendada pela Câmera Riograndense do Livro para a 47ª Feira do Livro. A matéria deve enfocar os seguintes pontos: depredação para vender o cobre, outros vários monumentos depredados, disque-denúncia para pixação, uso de tinta que facilita a remoção da pixação, placas criativas para que os pixadores não sujem aquelas paredes. A abordagem: falar sobre vandalismo, a falta de respeito, as várias formas de vandalismo e a reação da população e das autoridades. Entrevistar: Enézio Klippel (chefe de investigação da 17ª DP, responsável pelo policiamento na região onde está a estátua de Drumond), Briane Bicca (coordenadora do Projeto Monumenta Porto Alegre), pessoas que já tiveram suas casas depredadas, pixadores.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Para aula do dia 17

Na próxima aula, dia 17 (na quarta, 10, é tudo com o Mario Rocha), vamos trabalhar com as pautas feitas por vocês.

Cada um tem como tarefa elaborar cinco pautas sobre assuntos atuais, lembrando dos elementos necessários vistos em aula:
- contextualização
- levantamento de dados mais recentes
- dúvidas e curiosidades essenciais sobre o tema
- angulação (o enfoque sob o qual pretende-se abordar o assunto)
- tamanho, previsão de retrancas (arquivos) relacionadas

Lembrem-se que eventos como seminários, congressos, Semana da Água, da Primavera, do Idoso etc devem geralmente ter um gancho - ou seja, uma informação capaz de atrair a atenção do leitor para aquele acontecimento. É muito fraco prever apenas a cobertura de um evento por si só. É preciso bolar uma forma de deixar o assunto mais próximo do leitor.
Ou seja: como fazer alguém se interessar MUITO pela Semana da Água?

Qual as dúvidas que eu tenho sobre um determinado fato e como posso transformá-las em notícia?

O pauteiro deve deixar-se guiar pela curiosidade e pela criatividade. A segunda etapa é pensar como tornar factível a pauta.

São CINCO pautas para cada um. Na aula do dia 17 tentaremos escolher as mais desafiadoras e pertinentes para nos guiar nos trabalhos finais (portanto, lembrem-se de prever pautas capazes de continuar interessantes até novembro).

Tenho certeza que vocês não pensariam nisso, mas não custa avisar: não adianta prever bobagens pensando em simplificar a própria vida ou o trabalho final. O aprendizado na disciplina exige esforço e dedicação, e o trabalho final estará integrado, de qualquer forma, a estas diretrizes, até porque lapidaremos juntos estas pautas até chegar às propostas definitivas.

Bom feriado!