quarta-feira, 29 de agosto de 2007

As pautas da Expointer

PAUTAS EXPOINTER

Escolher uma das pautas abaixo, apurar e elaborar um texto jornalístico. Tamanho: 3.000 caracteres com espaço (clicar em Ferramentas – contar palavras). Isso dá mais ou menos uma página de texto. Para o dia 5 de setembro. TRAZER IMPRESSO, POIS VAMOS DISCUTIR OS TEXTOS EM AULA.

O site da Expointer (http://www.expointer.rs.gov.br) é muito completo e tem informações que podem ajudar muito o trabalho.


1) COBERTURA DE IMPRENSA – Como os órgãos de comunicação estão estruturados para cobrir a Expointer? Quantas sedes de veículos (Casa RBS, Casa Correio do Povo, etc) estão montadas na feira? Qual é a maior? Qual a estrutura de cada uma (computadores, estúdio de TV, rádio)? Quantos profissionais? Ouvir pelo menos dois jornalistas (que não sejam estreantes na cobertura da feira) que possam estabelecer um comparativo com os anos anteriores. Garimpar boas histórias de coberturas com as fontes. O texto pode abrir por um dado interessante, uma novidade, uma boa história ou outro gancho que aparecer.

2) VENDA DE ANIMAIS – Como estão os números referentes às vendas de animais da Expointer? Qual a estimativa inicial de faturamento? Está acima ou abaixo? Quais os animais mais vendidos? Quais os mais caros? Como é o volume de vendas e de faturamento da Expointer em relação a outras feiras internacionais do setor, do Brasil e do cone sul? Falar com um leiloeiro que possa dar estes comparativos e com algum proprietário de cabanha que tenha vendido bastante.

3) GRANDE CAMPEÃO – Os animais da Expointer são submetidos a concursos nos quais são escolhidos os campeões e o Grande Campeão da cada raça. Achar um Grande Campeão (qualquer raça) e entrevistar o proprietário e o tratador. Qual a trajetória que o animal tem de desempenho em outros concursos? Idade? Valor? Tem crias? Quanto valem? Cuidados a que é submetido? Procurar um gancho (aspecto interessante/importante) para abrir a matéria, como por exemplo, alguma negociação recente do animal ou a história de sua participação nesta Expointer, por exemplo.

4) VISITANTES – Qual a expectativa de público que visitará a Expointer este ano? O número deve se confirmar? Em relação a edições anteriores, há crescimento ou não? Quais as melhorias/dificuldades que os visitantes encontram? Estacionamento? Banheiros? Capacidade do Trensurb? Entrevistar alguém da organização da feira e pelo menos um visitante.

5) AGRICULTURA FAMILIAR – A Expointer tem um espaço para a Feira de Agricultura Familiar, que divulga e comercializa produtos da culinária colonial gaúcha, como pães, chimias, doces, salames, queijos, conservas e outros. No pavilhão, também são dados cursos de culinária de agroindústrias artesanais, como queijo, iogurtes, lingüiças e conservas. Levantar o número total de vendas da feira e compará-la com a estimativa prevista e com o movimento do ano anterior. Entrevistar ao menos dois expositores. Descrever produtos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Mais bons lides

Pense. Em qualquer coisa. Numa casa, por exemplo. Imagine-se pintadade branco, com janelas azuis e cercada por um terraço com escadas quelevam ao jardim. Ali estão margaridas, girassóis e uma árvorefrondosa. Nos 10 segundos que você levou para chegar até aqui, umaavalanche de sinais nervosos ocorreu no seu cérebro. No córtex (camadaperiférica dos hemisférios cerebrais), milhares de neurônios foram acionados e trocaram informações em frações de segundos. Arquivos dememória foram vasculhados e, sem que você pudesse controlar ou prever,a imagem de uma casa surgiu em sua mente. Por isso, você deve tersentido um bem-estar, uma vontade de possuir essa casa de verdade.
Reportagem "Pensamento positivo", publicada na Revista Super Interessante – agosto de 2007. Sugerida pela Fabiane Maldaner Bulawski ("eu achei legal esse LIDE porque ele fugiu daquele início que se costuma dar neste tipo de assunto, já falando que pensamento positivo funciona sim ou então como ele funciona. O texto inicia convidando o leitor, com frases curtas, como que invocando ele a participar da reportagem e, mesmo assim, consegue chegar à explicação do como ocorre e terminar com a casa").

Onze recém-nascidos morreram em decorrência de infecções bacterianas na UTI da Maternidade Hildete Falcão Batista, em Aracaju (SE), nos últimos cinco dias. O caso é investigado, mas a Secretaria Estadual de Saúde, que administra a unidade, afasta a hipótese de que haja um surto de infecção hospitalar.
Sugestão da Juliana Campani ("esse lide me chamou atenção principalmente porque fiquei chocada com a informação de que a Secretaria de Saúde me pareceu desinteressada no caso, e fui levada a ler toda a notícia. Encontrei na Folha Online").

Parabéns a quem participou! Vocês fizeram ótimas escolhas! Vamos conversar melhor sobre na quarta. Abraço, Clarice.

domingo, 26 de agosto de 2007

Bons lides sugeridos pela turma

Pessoal, estou reproduzindo abaixo as sugestões de bons lides enviados pela turma até a noite de domingo para o meu e-mail. Confiram e vejam se vocês concordam ou não com os colegas. Vamos conversar sobre isto na quarta.

Peço que quem não enviou sua sugestão ainda o faça até amanhã (segunda) de noite, ok?Lá vai:

Uma nota de US$ 100 e muito sangue frio. É o que teria bastado para que Kelly Samara Carvalho dos Santos, de 19 anos, presa na quarta-feira (22) em São Paulo, conseguisse levar cerca de R$ 30 mil de uma idosa paraguaia em Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, em mais um de seus golpes, em março deste ano. "Ela é tão bonita, parecia tão nobre", contou ao G1 Eufrázia Torres, de 75 anos. (http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL92590-5605,00.html )
Sugestão da Mariana Benevit ("O que chama a atenção é a primeira frase, que parece destoar um pouco do texto jornalístico seco, meramente informativo").

A torcida do Internacional cunca esteve tão à vontade como no jogo final do Campeonato Gaúcho de 1984. Tomou conta do Estádio Olímpico, festejou o resultado que manteve a invencibilidade do tetracampeonato nos clássicos do ano (quatro jogos, três vitórias e um empate) e ainda botou no campo, no final do jogo, um Papai Noel magricela, todo de vermelhor, que ficou provocando, sozinho, a desanimada minoria gremista.
Revista Placar, 1991. Sugestão da Clarissa Londero ("Eu selecionei esse como um bom lide porque atrai bem o público que estaria lendo a revista. como é uma edição especial para a torcida colorada (o nome dessa edição é: As maiores torcidas do Brasil - Internacional), só leriam a revista os torcedores do inter, ou simpatizantes do clube. Assim, quando começa falando de o colorado ter tomado conta do olímpico, logo os torcedores ficariam empolgados com o que viria a seguir. Além disso, leva ao leitor alguns dados das conquistas passadas do inter: "tetracampeonato" e "quatro jogos, três vitórias e um empate". E por fim, faz menção a um fato curioso e que só quem esteve presente no jogo é que lembraria: o Papai Noel provocando os gremistas).

Os fantasmas de Pisco perambulam pela Praça das Armas enrolados em cobertores até as cabeças. Nos rostos usam máscaras cirúrgicas. Muitos usam bonés.
A uma primeira olhada, eles não têm idade definida. O sofrimento dos últimos dias lhes tirou os traços da juventude. Meninos viraram homens da tarde de quarta-feira para a manhã de quinta. Jovens como Leila Véllez, 15 anos, tornaram-se mulheres, mais amadurecidas pela dureza da morte."

Zero Hora - Domingo - 19/08. Reportagem: "Uma noite na cidade em ruínas"

- Tu também é fã? - me pergunta o funcionário da locadora, ao ver que levaria alguns DVDs do Elvis.
- Eu gosto bastante, mas não sou uma fããã. É para escrever um negócio - eu explico sem ele ter perguntado.
- Uma resenha? - sonda
- Na verdade, uma matéria. Conhece a Noize?
- Claro que conheço - diz o jovem.
- Pois é, vou fazer uma matéria sobre os 30 anos da morte.
O clima amistoso muda, ele faz uma cara estranha, braba.
- Morte não, né?
- Ah, não? - já começava a rir e gostar daquele papo.
- Não! Sou daqueles fãs que não acreditam nisso. - comenta ele, extremamente confiante
- Você acha que ele está numa ilha? - tento entrar na viagem e, é claro, exponho a minha.
- Não numa ilha - usa a razão - mas ele não morreu, só desapareceu - perde a razão.
- Boa!
Revista Noize - Agosto de 2007. Reportagem: "Bye,Bye, Elvis Presley - 30 anos sem o Rei"
As duas acima são sugestões da Luciane Costa.

Desde a invasão do Iraque pelas tropas americanas, em março de 2003, nenhuma ação terrorista matou tantas pessoas no país quanto o megaatentado múltiplo contra integrantes da comunidade religiosa Yazidi, na terça-feira.
Zero Hora, 16 de agosto de 2007. Reportagem: “Número de mortos no Iraque pode chegar a 500”. Sugestão da Cristina de Azeredo Tworkowski.

Quando assumiu o Ministério das Comunicações (MiniCom), em janeiro de 2003, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) declarou à Folha de S. Paulo que iria abrir a "caixa-preta" da radiodifusão divulgando, pela internet, o cadastro com os nomes dos sócios das emissoras de rádio e de televisão do país (cf. "Lista de nomes de donos de rádios e TVs estará na internet, diz ministro", Folha de S. Paulo, 5/01/03).
A promessa tornou-se realidade onze meses depois, em novembro de 2003. De fato, o cadastro das entidades concessionárias de radiodifusão passou a estar disponível no URL http://www.mc.gov.br/rtv/licitacao/ACIONISTAS.pdf (hoje uma página desativada).

Publicado no Observatório da Imprensa. Sugestão da Samantha Klein.

O Ministério Público e a prefeitura de Uberlândia deflagraram uma campanha na cidade do Triângulo Mineiro para combater os "falsos mendigos". Nos últimos quatro meses, aproximadamente 250 pedintes que perambulavam pelas ruas do município foram recolhidos e levados para a delegacia, onde preenchem um cadastro. Conforme o MP, pelo menos 32 pessoas já foram acusadas de "mendicância profissional", como definiu o promotor de Justiça Marco Aurélio Nogueira, um dos idealizadores da campanha.
Publicado no Site G1. Sugestão da Bruna Amaral.

O ônibus que leva os moradores do bairro Brasileirinho até o terminal que permite acesso a diferentes pontos de Manaus só passa de hora em hora. E pode demorar mais por causa da castigada estrada de terra que sacode sem dó a carcaça e as entranhas do coletivo. São cerca de dez minutos a pé do ramal 8 do Brasileirinho, onde vivem 16 famílias do povo Kokama, até o ponto de ônibus. Faço o trajeto acompanhada de uma liderança Kokama, Sebastião, e de sua esposa. Quando chegamos à parada, o dono do bar em frente, solícito, avisa que o ônibus acabou de passar. O próximo demora?, pergunto. Demora. Sentamos. A esposa de Sebastião, calada até então, senta e abre seu caderno para estudar o idioma Kokama, que ela não aprendeu quando criança.
Sugestão da Mariana Sirena: "Envio um lide de uma reportagem que eu encontrei no site "Repórter Brasil", que eu achei muito interessante. Trata-se de uma reportagem grande sobre a situação dos índios na cidade de Manaus, feita por Priscila de Carvalho. (...) Gostei porque ela começou a matéria já com as impressões do local. Na sequência ela introduz o tema central, que é a migração dos índios da Amazônia em direção à cidade de Manaus. Ela não responde as perguntas básicas (quem, quando, como,...), mas prende a atenção por destacar o 'onde', o contexto. Gostei da reportagem".

Que valores você acha que a Igreja Católica deve manter e o que ela poderia mudar? Entre os dias 20 e 23 de setembro, os católicos gaúchos serão convidados a responder a perguntas como essas, ajudando a repensar as formas de evangelização.
Sugestão da Amanda Jansson: "Este foi um lide que eu li ontem na Zero Hora e achei interessante, me fez continuar a ler toda a matéria".

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Bons lides, segundo a Wikipédia

É sempre bom ter um pé atrás com a Wikipédia, mas não dá para desprezar a contribuição que ela eventualmente nos traz. No verbete lead (eu prefiro lide, mas é questão de gosto), há 20 exemplos de bons lides. Confiram alguns:

Um dos cinco homens presos na madrugada de sábado na tentativa de instalar escutas no quartel-general do Comitê Nacional Democrata é o coordenador de segurança assalariado do comitê pela reeleição do presidente Nixon. O suspeito, o ex-funcionário da CIA James W. McCord Jr., 53 anos, também tem um contrato à parte para prestar serviços de segurança para o Comitê Nacional Democrata, afirmou ontem o presidente nacional do Partido Republicano, Bob Dole. O ex-advogado-geral da União John N. Mitchell, chefe do Comitê pela Reeleição do Presidente, disse ontem que McCord foi contratado para ajudar a instalar o sistema de segurança do próprio comitê. Em declaração distribuída em Los Angeles, Mitchell disse que McCord e os outros quatro presos no comitê Democrata no sábado ‘não operavam nem em nosso nome e nem com nosso consentimento’ na suposta tentativa de escuta. (Carl Bernstein e Bob Woodward. “GOP Security Aide Among Five Arrested in Bugging Affair”. Washington Post, 19.jun.1972)

’Alfa, Hotel e Eco’ - três números da linguagem cifrada usada pela polícia e transmitidos em código a todos os pontos da cidade - revelaram ontem, às 19h30, a existência de 185 mortos em conseqüência do mais trágico incêndio já ocorrido em São Paulo. A essa hora, grande parte do efetivo de 1.450 homens do Corpo de Bombeiros e 2 mil guardas de trânsito ainda estavam mobilizados para o rescaldo do antes imponente edifício Joelma, localizado no número 225 da avenida 9 de Julho, na praça da Bandeira, e orientando milhares de motoristas que, com seus carros, tentavam passar nas proximidades daquele local. Enquanto isso, no Instituto Médico Legal, apenas 25 dos 185 corpos para lá levados tinham sido identificados; e o número de feridos, encaminhados aos diversos hospitais públicos ou particulares, quase chegava a 250. (“Nas Cinzas do Joelma, 185 mortos”. Folha de S.Paulo, 2.fev.1974)

A cada quinze minutos, mais ou menos, uma bala desce gritando e explode nesta cidade cercada, e outra meia dúzia de pessoas é morta ou ferida. Acontece dia e noite. As paredes da enfermaria militar e do hospital civil estão pegajosas de sangue. Há muito tempo acabaram os analgésicos. Os corpos estão em todo lugar - alguns semiconscientes gritam de dor, outros com feridas abertas não sobreviverão. Alguns morreram e, no caos, jazem deitados sem ninguém para cobri-los ou removê-los. (Sydney H. Schanberg, “In a Besieged Cambodian City, Hunger, Death and the Whimpering of Children”. New York Times, 16.jan.1975)

Para os clientes do banco, o caixa Maurício era muito atencioso. Na turma do futebol, o mais animado, sempre disposto a dar carona aos amigos, lavar as camisetas do time, carregar a bola. Tinha um bom emprego e estava bem de vida. Segundo quase todo mundo que o conhecia, o paranaense Maurício Meyer, 34 anos, era um sujeito sério, bom filho, marido fiel, excelente pai. E, graças a esse perfil, ganhou apenas um peteleco do Tribunal do Júri de Curitiba por matar a mulher a marteladas, na manhã do dia 13 de abril de 1999, e depois queimar o cadáver numa churrasqueira. (Renan Antunes de Oliveira, “Matou a Mulher e Queimou o Corpo na Churrasqueira”. Uma, agosto de 2001)

Na noite do sábado 17 de abril, um corpo de aparência incomum foi levado pela polícia ao necrotério da Avenida Ipiranga. Tinha duas protuberâncias esquisitas na testa. O médico-legista abriu o couro cabeludo, abaixou a pele até o nariz e se deparou com algo muito raro: dois chifres implantados na carne, feitos de silicone. Cada um era quase do tamanho do chocolate Prestígio. O cadáver estava todinho tatuado. Trazia argolas de metal nos genitais, mamilos, lábios, nariz e nas orelhas - e estas tinham orifícios da largura de um dedo. De entre os chifres saíam três pinos metálicos pontiagudos. A língua fora alterada: cortada ao meio e já cicatrizada, parecia a de um lagarto. É claro que Felipe Augusto Klein, morto aos 20 anos, nem sempre teve uma aparência assim. Nasceu uma criança saudável. Era o caçula dos cinco filhos do casal Lili e Odacir - o pai é um político influente, quatro vezes deputado federal, ministro de FHC e atual secretário estadual da Agricultura. (Renan Antunes de Oliveira, “Ninguém socorreu Felipe Klein”. Já Porto Alegre, julho de 2004)

Para aula de 29/08

Na aula de hoje (22/08), falamos sobre lide. Pedi para vocês escreverem o lide e o segundo parágrafo de uma notícia baseada nas informações do post abaixo. Quem não conseguiu terminar em aula, por favor me envie por e-mail (o endereço está no programa da disciplina).

Para aula que vem (29/08):

1 - Deixei um texto do Noblat no xerox no qual ele fala sobre formas criativas de fazer lides. Leiam para a gente conversar sobre.

2 - Peço que me enviem por e-mail um lide de jornal, revista ou site informativo que vocês considerem bom e que tenha feito vocês lerem a matéria corespondente.

3 - Peço também que façam (para entregar) uma notícia com 3 parágrafos (lide + 2) sobre a abertura da Expointer, no dia 25. Busquem o material no site do evento http://www.expointer.rs.gov.br/2007/.

Nossa escala de apresentações rápidas, até dia 26/09, ficou assim:
29/08 - Maria Elisa, Luciane
05/09 - Fabiane, Amanda
12/09 - Bruna, Cicero
19/09 - Aline, Elisabeth

Isso. Qualquer coisa, entrem em contato.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Exercício - LIDE

Os dados abaixo se referem a um acontecimento fictício ocorrido, supostamente, no dia 22 de agosto em Porto Alegre.

Boletim da Brigada Militar:
"A viatura 3436 foi deslocada às 10h para o Edifício Luar do Sertão, na Avenida Bento Gonçalves, atendendo chamada de moradores do referido local. No apartamento 2 do prédio, o soldado Luís Cunha e o cabo Fernando Duarte localizaram o corpo de Samuel Rodrigues, vítima de disparo de arma de fogo. O corpo estava estendido sobre a cama de casal, que estava desmontada. Junto à vítima, os agentes observaram um revólver calibre 38. A esposa da vítima, Dorialva Rodrigues e o contabilista Josué Veríssimo, estavam no local. Os dois foram levados para a 2ª Delegacia da Polícia Civil, para prestarem depoimento. A vítima, segundo sua esposa, era desenhista e tinha 32 anos. A arma foi apreendida."

A versão de Dorialva
"Eu estava no apartamento, tomando café da manhã. Foi quando bateram na porta e era esse cara com uma arma perguntando: 'Onde é que ela está?' Aí eu disse: 'Quem?' Mas ele nem quis ouvir, foi me empurrando e entrou no apartamento, entrou no quarto e acordou o Samuel, meu marido. O Samuel, coitado, nem sabia o que estava acontecendo, só fazia 'Ahn? Ahn?' e o cara gritando 'Onde é que ela está?’ Eu sou muito calma, mas não agüentei e pulei nas costas dele. Ele caiu por cima do Samuel. A cama desabou. A arma disparou. E acertou o Samuel, coitado..."

A versão de Josué
"Não estou satisfeito com o que aconteceu. Me excedi. Foi um erro. Bati na porta e a moça atendeu. Perguntei se a Dalva estava. Ela disse que ali não tinha Dalva nenhuma. Pedi, educadamente, para entrar. Ela disse que não podia abrir a porta. Insisti e entrei. A porta do quarto estava fechada. Fui na direção do quarto e ela avisou: 'Não entra aí!' Eu entrei, pensando encontrar Dalva, e dei com um homem armado. Brigamos, a moça pulou nas minhas costas, caímos sobre a cama, a cama desabou, a arma disparou e ele morreu. Qualquer um se engana. Eu tenho nível, sou formado."

(Este exercício é baseado em um trecho de texto atribuído a Luis Fernando Verissimo. Não foi possível, porém, comprovar esta procedência)